O Brasil tem os preços de carros mais altos do mundo mas como se estabelecem esses preços sempre foi uma coisa um tanto nebulosa. As principais justificativas das montadoras são a alta carga tributaria e a baixa escala de produção. Outro vilão seria o "alto valor da mão de obra", mas o fabricantes não revelam quanto os salários - e os benefícios sociais - representam no preço final do carro. Muito menos os custos de produção, um segredo protegido por lei.
Com um mercado interno de 1 milhão de unidades em 1978, as fabricas argumentavam que seria impossível produzir um carro barato. Era preciso aumentar a escala de produção para baratear os custos e chegar a um preço final ao nível dos demais países. Pois bem: o Brasil fechou 2010 como o quinto maior produtor de veículos do mundo e como o quarto maior mercado consumidor, com 3,5 milhões de umidades vendidas no mercado interno.
Pesquisa feita pelo banco de investimento inglês Morgan Stanley mostrou que algumas montadoras instaladas no Brasil são responsáveis por boa parte do lucro mundial das suas matrizes, e que grande parte desse lucro vem da venda dos carros com aparência fora-de-estrada.
O Honda City é um bom exemplo que ocorre com o preço do carro aqui. Fabricado em Sumaré (SP), ele é vendido no México por R$25,8 mil. Nesse preço está incluído o frete, de R$3,5 mil, e a margem de lucro da revenda, em torno de R$2 mil. Restam, por tanto, R$20,3 mil.
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Fonte do assunto: Revista Auto Esporte - Julho - 2012
